INTRODUÇÃO
Consumir drogas é uma prática humana, milenar e universal. Não existe sociedade que não tenha recorrido ao seu uso, em todos os tempos, com finalidades as mais diversas. A partir dos anos 60, o consumo de drogas transformou-se em uma preocupação mundial, particularmente nos países industrializados, em função de sua alta freqüência e dos riscos que pode acarretar à saúde. A adolescência é uma etapa do desenvolvimento que grandes preocupações suscita quanto ao consumo de drogas, pois os anos adolescentes constituem uma época de exposição e vulnerabilidade a elas.
Na América Latina, estudos que investigaram o uso de drogas por adolescentes por meio de questionários anônimos auto-aplicados, indicam que o álcool é a substância mais consumida, sendo as taxas mais elevadas no sexo masculino.
Atualmente o tráfico internacional de drogas está movimentando uma quantia absurda de dinheiro – algo em torno de 322 bilhões de dólares – o que equivale a mais ou menos 0,9% do PIB mundial. Toda esta quantia é obtida através da venda direta ao consumidor final, que está estimado em cerca de 200 milhões de pessoas. Estes são dados divulgados pelo Relatório Mundial sobre Drogas que é feito todo ano pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC).
A droga ilícita apresenta os maiores resultados financeiros (com vendas no varejo estimadas em 113 bilhões de dólares), seguida pela cocaína (71 bilhões de dólares), pelos opiáceos (65 bilhões de dólares), pelo haxixe (29 bilhões de dólares), as anfetaminas (28 bilhões de dólares) e o ecstasy (16 bilhões de dólares).
Considerando as vendas de drogas ilícitas no varejo, os três maiores mercados consumidores dessas substâncias são a América do Norte (com 44% do total), seguidos pela Europa (com 33%) e pela Ásia (com 11%).
O UNODC apresenta também o Índice Global de Drogas Ilícitas (IDI), que procura estabelecer parâmetros confiáveis a fim de viabilizar o acompanhamento sistemático e periódico do problema das drogas em diferentes países e regiões do mundo. O IDI é composto por três variáveis (produção, tráfico e consumo) e considera a importância delas em cada uma das regiões estudadas. Quanto maior o índice, mais sério é o problema das drogas ilícitas.
O relatório revela que as vendas de drogas ilícitas no atacado (94 bilhões de dólares) equivalem a 1,3% das exportações globais. O estudo aponta comparações entre as vendas de drogas ilícitas no atacado e algumas exportações agrícolas. As vendas de drogas ilícitas somaram em 2003, quase o dobro da maioria dos produtos agrícolas.
Número de usuários não para de crescer
Cerca de 5% da população mundial que tem entre 15 e 64 anos consomem drogas ilícitas, revela o relatório da UNODC. Esse número representa um acréscimo de 0,3% em relação ao relatório anterior, devido principalmente ao aumento no consumo da maconha, porém ainda é significativamente menor que o consumo de álcool e tabaco nessa mesma faixa de proporção: 50% e 30%, respectivamente.
As drogas ilícitas mais consumidas são a maconha e o haxixe (160 milhões de pessoas – ou 4% da população global entre 15 e 64 anos), seguidas das anfetaminas e do ecstasy (34 milhões), dos opiáceos (16 milhões) e da cocaína (14 milhões de pessoas).
O Brasil no relatório
O relatório confirma que o Brasil possui um nível de consumo médio, se comparado com os demais. Num ranking de 15 países, o Brasil aparece no 7º lugar no consumo de ecstasy, em 10º lugar no consumo de cocaína e anfetaminas e 12º lugar no consumo de cannabis. Em relação ao seus vizinhos do Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai), o Brasil é o 1º colocado no consumo de ecstasy, o 3º no consumo de anfetaminas, o 4º no consumo de cocaína e o 5º no consumo de cannabis.
A cocaína que chega ao Brasil tanto para consumo interno quanto em trânsito para a Europa, vem prioritariamente da Colômbia (60%), informa o relatório do UNODC. O restante chega da Bolívia (30%) e do Peru (10%).
Hiv/Aids
Atualmente, uma porcentagem de 5 a 10% de todas as infecções de HIV no mundo, está relacionada ao uso de drogas injetáveis com compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas (heroína, por exemplo). Estima-se que existam no mundo cerca de 13 milhões de usuários de drogas injetáveis em que 78% deles vivem nos países em desenvolvimento ou em transição. Na América do Sul, quase 80% dos usuários de drogas injetáveis estão infectados pelo HIV
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